Metodologia inovadora aplicada em planos da URBTEC™ é apresentada em congresso internacional
- Matheus Carneiro
- 24 de jul.
- 3 min de leitura
Atualizado: 25 de jul.
O Índice de Dissimilaridade Local oferece potencial para compreender os padrões brasileiros de dispersão racial e o acesso aos serviços públicos

As soluções metodológicas aplicadas em planos urbanos da URBTEC™ foram apresentadas no evento internacional “Global Summit", vinculado à rede de pesquisadores Revaluing Care e à Duke University. O congresso bianual aconteceu de 05 a 07 de junho de 2025, na sede da universidade, em Durham, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos.
A pesquisa científica apresentada, intitulada “Segregação em uma perspectiva transnacional”, é de autoria do doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo, diretor executivo da Sociolab e consultor da URBTEC™, André Marega Pinhel.

O conteúdo da pesquisa aborda a inaplicabilidade de metodologias tradicionais no estudo das desigualdades raciais no contexto brasileiro e propõe o Índice de Dissimilaridade Local (IDL), que é um indicador mais sensível à realidade do país, considerando as características da população e dos bancos de dados disponíveis.
“A pesquisa contribui com a justiça social e o acesso à saúde ao auxiliar a alocação de equipamentos públicos, dirimindo possíveis efeitos associados à dispersão desigual da população segundo raça ou cor e o acesso dessa população aos serviços públicos de saúde”, explicou André.
CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO CIENTÍFICO
O indicador social proposto na pesquisa surgiu no processo de diagnóstico dos planos urbanos nos quais a URBTEC™ atua. A criação do IDL foi necessária para compreender as desigualdades sociais no contexto brasileiro, uma vez que as metodologias tradicionais para identificar as segregações não são espacializáveis.

Um dos motivos apontados para essa incompatibilidade é relacionada ao histórico dos censos demográficos nos Estados Unidos. O sociólogo acrescenta que a geometria dos setores censitários no país norte-americano se desenvolveu para representar as fronteiras raciais presentes no cenário urbano do apartheid. No Brasil, essa tecnologia de mensuração populacional desenvolveu-se por outros parâmetros técnicos e políticos.
A partir desse dilema teórico e metodológico, desenvolveu-se um indicador espacializável que pudesse representar a composição da população segundo raça ou cor em um determinando setor censitário em relação à participação na região de interesse.
“Com o Índice, é possível espacializar a população e entender os padrões de dispersão no território, que nem sempre estão claros e que seguem lógicas diferentes do que se observa nos Estados Unidos. Na prática, o IDL pode ajudar na aplicação de políticas públicas que visam justiça racial e acesso à cidade”, defendeu o sociólogo.
Pinhel também pontuou que esse avanço científico foi possível devido às condições favoráveis promovidas pela infraestrutura da URBTEC™. Nesse sentido, a consultoria foi a gestora da solução inovadora por meio do fomento às análises técnicas, a produção de georreferenciamento para representar os indicadores e as condições de diálogo com outros pesquisadores para que o índice fosse desenvolvido.
“Na URBTEC™, valorizamos a inovação e a produção científica. Essa solução metodológica é um exemplo de como a consultoria está comprometida em desenvolver estratégias para planejar cidades cada vez mais inclusivas para todas as pessoas”, comentou Gustavo Taniguchi, diretor executivo da URBTEC™.






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